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Renovando nosso ardor missionário

A Igreja Presbiteriana Independente do Brasil teve origem na defesa do ardor missionário para atender às demandas da sociedade brasileira. Nossos pioneiros, liderados pelo Rev. Eduardo Carlos Pereira, defenderam a necessidade de termos uma igreja reconhecidamente missionária.

Durante muito tempo temos destacado em nossos concílios, essa necessidade. Muitas dotações financeiras e empenho foram feitos no sentido de que devemos “fazer missão”, como agentes da “Missio Dei”. Contudo, os resultados nem sempre foram animadores. Historicamente, várias situações poderiam responder por nossas limitações diante desse desafio. Reformas e instabilidade administrativas e a Questão doutrinária, na década de 40, como afirma o Prof. Gerson C. de Lacerda, num texto sobre missão (1994), são algumas das razões. Com humildade, também poderíamos cogitar de um certo despreparo, diante dos desafios da sociedade brasileira? Ou falta de recursos adequados para superarmos este desafio? Poderíamos dizer que também tivemos estratégias equivocadas para “fazer missão” no Brasil, com “armaduras” inadequadas para vencer dificuldades, a exemplo de Davi, diante de Golias? Defesa de um conceito de missão com base em teologias não bem assimiladas em nossos projetos? O que nos tem faltado?

Apenas queremos contribuir com uma reflexão que talvez, ou não, possa nos ajudar, a pensar nossos valores, rever nossos conceitos de evangelização e missão. Sem a pretensão de querer ensinar, mas apenas pensar o que nos possa ajudar a “fazer missão”, semeando generosamente a Palavra de Deus (II Co 9.6-10).

É fundamental em qualquer empreendimento, que as pessoas envolvidas trabalhem com motivações pertinentes em busca de seus objetivos. Quando lemos numa das Cartas do Apocalipse, sobre o ministério de uma Igreja (Éfeso), que mereceu de Jesus todos os elogios por seu trabalho, como disciplina, constância, coragem, além de guardar a pureza da fé e o bom testemunho, não cedendo a ideias erradas, somos levados a refletir no que poderia fazer sentido para aquela Igreja! Jesus chamou a atenção dos fiéis em Éfeso, dizendo: “...abandonaste o teu primeiro amor” (Ap 2.4).

Geralmente nosso conceito de “primeiro amor”, de maneira simples, estaria relacionado a emoções intensas, sentimento afetivo pelo outro, conexões positivas relacionadas a paixões sem limites para defendê-lo, salvá-lo de situações embaraçosas como fez o Bom Samaritano, na parábola de Jesus. Além disso, a qualidade desse amor, quando em prática pela causa do evangelho, o faz produtivo, compreensivo, inspirador, criativo, fortalecido pela graça de Deus.

Pode ser que, a exemplo dos fiéis da igreja em Éfeso, nos falte a prática do “primeiro amor”, esquecido em nossos projetos missionários e nas vocações consagradas para a missão de Deus no mundo. Nosso objetivo, então, passa pela renovação e cultivo do ardor missionário, que prevaleceu nos primórdios de nossa Igreja no Brasil. Esse ardor pode ser a motivação que falta para realizarmos a obra de Deus, com ou sem recursos materiais; com ou sem especialistas em projetos de missão; com ou sem teólogos dedicados à área de missão, embora também seja importante que as vocações consagradas estejam preparadas, academicamente.

O ardor missionário tem a ver, com a consciência do nosso amor pelo próximo, consciência do nosso chamado, por Deus, para vivermos a experiência de Jesus Cristo na Proclamação do Evangelho. O Deus que nos chama, é o mesmo que nos unge com o Espírito Santo, para vivermos ardorosamente a missão que Ele nos confia. Quando isso ocorrer conosco, nada nos segurará no desempenho da missão; porque não se trata de nossa missão, mas da missão de Deus, independentemente de nossas condições para realizar a Sua obra. Pois é Ele quem nos inspira e renova as nossas forças, através do Espírito Santo, mantendo assim nosso ardor missionário. Que o nosso testemunho, como cristãos, e por um mundo melhor, contribua para cumprirmos o ideal do Reino de Deus.

 

Rev. Leontino Farias do Santos

Professor da FATIPI

Pastor da IPI de Vila Yara

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