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Reflexão sobre o Dia Internacional da Mulher

  • Foto do escritor: FATIPI FECP
    FATIPI FECP
  • 8 de mar. de 2024
  • 3 min de leitura

A escolha de certos dias especiais para serem celebrados é comum em muitas nações. As justificativas são as mais diversas e vão desde motivações religiosas, passando por afinidades político-sociais e profissionais, até temas, normalmente, considerados emblemáticos, em face da relevância que possuem e do chamamento que é feito.

Em nível religioso, dispensa-se, neste momento, qualquer justificativa, uma vez que os respectivos dias especiais estão associados a doutrinas e dogmas aceitos por significativa parcela da sociedade, geralmente, majoritária na nação que os celebra.

Quanto aos temas de conotação político-social, normalmente, são datas de fatos históricos e que remetem a mudanças ocorridas em nível nacional, ou então, quando da motivação profissional, a data pode ser até uma efeméride, escolhida, segundo critério específico.

Nessa crônica, porém, fala-se da celebração de uma data, o “Dia Internacional da Mulher”, considerada desnecessária por muitos, pois a classificam como redundância por entenderem não fazer sentido celebrar algo que é notório todos os dias. Afinal de contas, conforme justificam essas pessoas, todo dia é dia da Mulher.

Todavia, tantos outros a consideram de extrema relevância, sob a justificativa que se tenha um dia de reflexão sobre o efetivo valor da mulher na sociedade, que sempre foi marcado por fatos, nem sempre mencionados com o devido reconhecimento e respeito à importância da mulher.

Não obstante sua origem, com o respectivo argumento na época em que foi sugerida e criada, deve-se reconhecer que é uma data respeitada internacionalmente, referendada pela ONU, desde 1975, e celebrada efusivamente em muitos países, num verdadeiro clima de festa. Desse modo, deve-se entender que, com a concordância ou não, da parte de algumas pessoas, não se trata mais de aceitar ou não essa efeméride, mas de respeitá-la e reconhecê-la como um dia especial.

Particularmente, esse dia especial, oficializado para o dia 8 de março de cada ano, deve ser visto como um marco cultural, com significado que vai além de uma mera lembrança. Esse dia deve servir para o reconhecimento das muitas falhas ocorridas ao longo da História, que não só prejudicaram a vida específica da mulher em cada tempo, como proporcionaram a criação de estigmas subliminares, engendrados na cultura geral de diversas nações. Ainda hoje, em muitos locais do planeta, a inferiorização da mulher em relação ao homem é explícita e integrante da cultura, de forma natural. Porém, lamentavelmente, não é raro perceber esse estigma, mesmo em sociedades autodenominadas democráticas.

Algumas pessoas que questionam a data chegam até à zombaria, mas, esses, por sua vez, não devem sequer serem considerados, basta ignorá-los e excluí-los. O problema está nos que aparentemente reconhecem a data, chegam até a celebrá-la, entretanto, conservam em suas atitudes a cultura da desvalorização e do menor valor atribuído à mulher. Atitudes machistas e misóginas são recorrentes, caracterizando-se como estruturais.

Nesse sentido, o Dia Internacional da Mulher deve ser marcado por movimentos efetivos de promoção de ações, que vão além das chamadas políticas públicas, de proteção e reconhecimento, com leis específicas. Essas políticas são sempre bem-vindas, porém, enquadram-se, geralmente, no conceito da judicialização da causa, e isso é pouco. Esses movimentos devem defender ações de promoção de uma cultura que contempla e motiva a verdadeira valorização da mulher, não pela igualdade, mas pela equidade, junto à sociedade toda, partindo da família e avançando para a escola, Igreja e demais instituições que integram os diferentes segmentos sociais.

Por isso, O Dia Internacional da Mulher é mais que uma simples data a ser lembrada e celebrada, é o dia de reconhecer que o valor da Mulher é realmente uma questão de Educação e a Educação não se impõe, ela se promove, constrói-se, desde a Infância até o fim da vida.

A virtude, seja do homem ou da mulher, não está na leitura individual e condicional, feita por cada um, mas na essência do sujeito, integrante de uma nação livre, soberana e digna de respeito. Essência essa que só pode ser construída pela Educação.

Feliz Dia Internacional da Mulher!


Ítalo Francisco Curcio

Diretor Executivo da (FECP) Fundação Eduardo Carlos Pereira – mantenedora da FATIPI

Doutor e Pós-doutor em Educação

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